sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

CHAMADA PARA ARTIGOS PRORROGADA - 7 DE JANEIRO DE 2015.
A Editoria da Revista Cerrados, Qualis A 2, do Programa de Pós- Graduação em Literatura da Universidade de Brasília (UnB), abre chamada para artigos do Volume 25, Número 38, de 2014 intituladoLITERATURAS LATINO-AMERICANAS CONTEMPORÂNEAS.

Data limite para envio de artigos: 07 de JANEIRO de 2015.
Endereço para envio : revistacerradosunb@gmail.com
Editora Chefe: Profª. Drª. Cláudia Falluh Balduino Ferreira
Oganização deste número: Profª Drª Elga Pérez-Laborde


         O ano de 2014 é crucial para refletir sobre a produção literária latino-americana e os diferentes aspectos que lhe permitiram chegar ao nível da pós-modernidade. Trata-se de um ano propício para fazer uma pausa. Comemoram-se aniversários, centenários, cinquentenários de escritor@s, poetas e ficcionistas que marcaram os novos rumos nos pontos cardinais do continente, do Norte ao Sul. Tanto da literatura brasileira quanto da hispano-americana. A própria literatura em seus desdobramentos genéricos e teóricos nos convida a desvendar o paradoxo de definir caminhos e expressões na indefinição, na incerteza, na fragmentação, na heterogeneidade e na desconstrução, na multiplicidade, no caos  e na descontinuidade, da poética do pós-moderno nessa produção prolífica e madura do século XXI.  
            A existência (ainda polêmica) de uma pós-modernidade estaria ligada a uma ideia de ruptura, cuja base encontra-se nos acontecimentos históricos, políticos, estéticos, sociais e culturais, a partir das décadas de 50 e 60 do século XX, época do “boom” que se consolidou nos anos 70.  Divulgou-se para o mundo, resultado de um longo processo, que não pode desconhecer suas origens, suas raízes européias e suas influências. Assim como a pós-modernidade não pode negar a riqueza herdada dos grandes nomes que a construíram no meio dos anos de chumbo das ditaduras militares, a falta de democracia, o peso da censura, as perseguições  e o exílio. Do Norte,  os cubanos Alejo Carpentier, Lezama Lima, e suas contribuições para o realismo maravilhoso e o barroco, respectivamente; os mexicanos Juan Rulfo, chave do realismo mágico, o libertário e reflexivo Octavio Paz, o revolucionário Carlos Fuentes.  Do Sul, os argentinos Jorge Luis Borges, Julio Cortázar, Manuel Puig, Ernesto Sábato. Na Colômbia García Márquez contribui com Cem anos de solidão a dar visibilidade à nossa literatura. Do centro não podemos esquecer o guatemalteco Miguel Ángel Asturias.  Vargas Llosa, o único ainda vivo de todos, projeta o romance peruano com estratégias narrativas universais; como Guimarães Rosa, João Cabral de Melo Neto e Osman Lins projetam as poéticas do Brasil. Do Chile José Donoso e Diamela Eltit quebram a tradição de grandes poetas dando à narrativa um lugar de destaque internacional, sendo a última uma autora que transita da modernidade à pós-modernidade e está na cúpula do novo século.  Todos eles como parte de um espectro  de autores, que  nessas décadas desenvolveram uma consciência crítica poderosa no estético, no social e político, ao lado de teóricos importantes entre os quais destacam os uruguaios,  Emir Rodríguez Monegal e Eduardo Galeano, assim como o brasileiro Antonio Cândido.  Isso tudo, em um rápido olhar no panorama que antecede ao que hoje identificamos como contemporaneidade e que a partir dos anos 90  toma o rumo da democratização com a literatura pós-ditadura, na qual se registra  a memória dos conflitos e  das mudanças da globalização.
            O Grupo de Pesquisa Literatura Latino-americana Contemporânea do  Programa de Pós-Graduação trabalhou no último lustro na leitura, interpretação e discussão de autores que têm contribuído com a renovação dos anos 2000 apesar das limitações do mercado e da falta de traduções de português para o espanhol e vice-versa. Escritores como Roberto Bolaño, Sérgio Santana, Fernando Vallejo, Chico Buarque, a própria Diamela Eltit, por mencionar alguns, com seus discursos críticos, entre outros,  tem instalado novos modelos narrativos, que superam as expectativas literárias convencionais.  O importante que podemos comprovar é que o livro pese as incessantes ameaças de sua extinção continua vivo. E que, pelo menos a nível acadêmico,  todos são factíveis de ser submetidos sob a lente rigorosa do pensamento pós-estrutural europeu (Lacan, Foucault, Derrida) sem perder seus vínculos propriamente latino-americanos. Dito isto, convidamos aos pesquisadores especialistas na área para nos ajudar a criar o corpus desta vigente renovada visão do mundo, nas novas páginas da Revista Cerrados.
Elga Pérez-Laborde 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Diga lá...